terça-feira, 29 de novembro de 2011

É negada a chance de Cine Belas Artes, em São Paulo, voltar a funcionar

Cine Belas Artes, em São Paulo


Aparentemente, o Cine Belas Artes, em São Paulo não voltará a existir. Uma das salas de cinema mais tradicionais do país fechou as portas em março deste ano, após 68 anos de funcionamento, por discordância do valor do aluguel do imóvel, que fica na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, no coração da capital paulista.
A esperança era a de que o imóvel fosse tombado pela Condephaat, - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo – mas o pedido foi negado hoje, de acordo com o jornal Estado de S. Paulo. Isso significa que o proprietário do imóvel poderá realizar qualquer alteração no local, inclusive transformá-lo em uma loja, uma das possibilidades mencionadas.
O Condephaat, através de sua presidente Fernanda Bandeira de Mello, alegou que não há valor histórico em termos de arquitetura no prédio, que foi inaugurado em 1943 e desde 1967 abrigava o Belas Artes e que o tombamento não necessariamente garantiria a permanência do cinema no local.
No entanto, o Conselho decidiu que o cinema, por ser um bem imaterial, pode ser tema de um registro de memória. Isso significa que o Belas Artes pode ganhar o registro em um livro, uma placa no local e um reconhecimento que incentive políticas públicas. 
"Podemos chegar à conclusão, por exemplo, que o cinema de arte impactou gerações, que criou uma riqueza grande para a cidade e deve ser incentivada como prática", afirma a presidente. Essa é a segunda vez que há um pedido de tombamento negado, a primeira foi pelo Conpresp, órgão municipal de patrimônio.
Afonso Lima, um dos membros do movimento pró-Belas Artes, que possui uma abaixo assinado pela manutenção do cinema – que você pode assinar clicando aqui – criticou a decisão em depoimento ao jornal: "Poderia ter havido um debate, um estudo e mais boa vontade de ver o imóvel como algo histórico. Em seus porões se viam filmes proibidos na ditadura. E a Constituição também considera patrimônio cultural os bens imateriais”, afirma.

Fonte: Cinema em Cena

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