Mostra de Cinema de Tiradentes
A três dias de seu encerramento, a 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes segue a todo vapor. E um filme, em especial, parece ter atraído maior atenção do público e da crítica: Enchente.
O longa, que retrata a inundação que matou mais de 100 pessoas no Rio de Janeiro em 1996, teve boa recepção logo na abertura da Mostra Aurora (segmento mais aguardado da programação) e conquistou a plateia que compareceu ao Encontro com a Crítica, Diretor e Público.
O seminário, realizado na última terça-feira, contou com a participação do crítico de cinema Francis Vogner dos Reis e do produtor do filme, Cavi Borges (foto) - o grande responsável por atrair a simpatia dos presentes.
Conhecido por ser um dos mais atuantes produtores independentes do Rio de Janeiro (basta notar que há três longas produzidos por ele apenas na atual edição da Mostra), Cavi explicou as razões que o levaram a trabalhar com Julio Pecly e Paulo Silva, os diretores de Enchente. Destacou o amor incondicional dos dois pelo cinema, que os fez superar dificuldades físicas e financeiras para continuarem trabalhando. Chorando diante da plateia, a emoção o fez interromper sua fala.
De volta ao microfone, ao explicar de que modo consegue produzir tantos filmes com recursos tão escassos, Cavi falou sobre suas barganhas de CPB (Certificado de Produtor Brasileiro, documento a partir do qual as produtoras são pontuadas na Ancine para definição do teto de captação dessas empresas) com produtoras em troca de apoio para finalizar seus filmes.
O espetáculo, porém, ainda estava por vir. Foi narrando uma situação inusitada que Cavi encantou de vez o público:
"Uma vez, levei um de meus filmes a camelôs para que fosse pirateado. O filme fez muito sucesso, o que levou a uma matéria no jornal O Globo. A partir dessa matéria, o filme foi comprado por distribuidoras e TVs e, com essas vendas, consegui produzir outros quatro filmes, inclusive Enchente."
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