O pajé é detentor de uma "arte de dirigir sonhos". O cinema é ritual. A vocação
para as imagens congrega técnica e magia.
São da Pajé Filmes: Isael e Sueli Maxakali, Itamar Krenak, Ranisson e José dos Reis Xacriabá, Glaysson e Jaciara Caxixó, Charles Bicalho, Rafael Fares e Marcos Henrique Coelho.
Cinemaartes: Quais objetivos da III Mostra Pajé de Filmes Indígenas?
São da Pajé Filmes: Isael e Sueli Maxakali, Itamar Krenak, Ranisson e José dos Reis Xacriabá, Glaysson e Jaciara Caxixó, Charles Bicalho, Rafael Fares e Marcos Henrique Coelho.
Cinemaartes: Quais objetivos da III Mostra Pajé de Filmes Indígenas?
Pajé Filmes: O
objetivo é dar continuidade à exibição de filmes indígenas, sejam aqueles de
diretores indígenas, sejam aqueles cujos diretores não são indígenas em sentido
restrito, mas que, de alguma maneira tenham usado suas lentes para retratar a
realidade desses povos.
A Mostra Pajé sempre
traz filmes de autores indígenas, como é o caso de Isael Maxakali, membro da
Pajé Filmes, que apresenta quatro novos filmes na Mostra, um deles, “Kotkuphi”,
já premiado em Recife.
A palavra “pajé” aqui
tem um sentido mais amplo, se referindo não só aos pajés que vivem nas aldeias,
mas também àqueles que, não necessariamente indígena, guardam certas
características com aqueles das aldeias. Ou seja, o pajé é alguém que domina
várias linguagens, a do canto, a narrativa de histórias, a coreografia, as
imagens, e outros elementos que entram na realização de um ritual. Os pajés são
os mestres dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) visando
nos levar a alcançar o sexto sentido, que se refere ao âmbito da
espiritualidade.
De certa forma, quando
dizemos que diretores não-índios são também, de alguma forma pajés, é porque
eles se aproximam dos índios nessas características.
E no caso de filmes
indígenas, é porque eles focam mesmo, colocam na tela, elementos ou imagens
claras provenientes da cultura dos povos tradicionais, como atores indígenas,
roteiros baseados em enredos das tradições literárias indígenas, ou contam
histórias que tenham tido a participação fundamental de representantes desse
povos.
É o caso dos diretores
Werner Herzog, com dois filmes na Mostra Pajé, ou Joaquim Pedro de Andrade, cujo
“Macunaíma” exibiremos. Ou ainda Nelson Pereira dos Santos com seu filme “Como
era gostoso o meu francês”.
Outro objetivo da Mostra
é o intercâmbio, seja com diretores indígenas de outros estados brasileiros,
seja com diretores de outros países. Sendo assim exibiremos filmes da Bolívia,
do Chile e do Equador bem como de cineastas indígenas providos pelo Vídeo nas
Aldeias, projeto precursor aqui no Brasil.
Focamos também a
diversidade formal, apresentando, sempre que possível gêneros cinematográficos
que não só o documentário ou a ficção tradicionais. Sendo assim exibiremos
“Tembiara” uma ficção animada de Jackson Abacatu, falada em Tupi, e “Ãgtux”, de
Tânia Anaya, mescla de documentário com animação sobre os Maxakali, que contou
com os próprios índios em sua produção.
Cinemaartes: Qual
importância da III Mostra Pajé de Filmes Indígenas?
Pajé
Filmes: A importância da Mostra
Pajé é ser esse canal que possibilita a exibição de filmes, principalmente os de
autores indígenas, que normalmente não têm a oportunidade de exibição em outros
lugares.
Cinemaartes: Quais os principais desafios hoje para execução De
uma Mostra de Filmes Indígenas?
Pajé
Filmes: Um dos desafios ainda é o
acesso às produções, devido ao relativo isolamento das aldeias e seus
realizadores. Outra coisa é o desconhecimento dessa produção por parte da
maioria das pessoas. Mas isso só faz mais necessária a existência de mostras
desse tipo.
Mesmo assim, temos
testemunhado o interesse genuíno de pessoas e de alguns veículos de comunicação
que cedem espaço para a divulgação, veículos esses nem sempre especializados em
audiovisual ou cultura indígena, como é o caso de vocês da Cine Artes, mas
também jornais como o Estado de Minas, que divulgou a primeira Mostra Pajé em
uma página inteira em 2009, ou o Jornal O Tempo, também aqui em Minas Gerais,
que divulgou nossa programação para a segunda edição da Mostra no ano
passado.
Cinemaartes: Qual conselho vocês dariam para que outros indígenas e/ou coletivos de cineastas indígenas organizem mostras de filmes indígenas em outras regiões do Brasil?
Cinemaartes: Qual conselho vocês dariam para que outros indígenas e/ou coletivos de cineastas indígenas organizem mostras de filmes indígenas em outras regiões do Brasil?
Pajé
Filmes: Nosso conselho é realizar
na medida do possível. Conseguir um local, o equipamento necessário, montar um
acervo de filmes e exibir. A divulgação pode ser feita, em último caso,
gratuitamente, através de blog, email ou redes sociais. O que mais vier é lucro.
Importante é produzir nossos próprios filmes, mostrar o Brasil aos brasileiros
que se interessam e curtir uma boa sessão de cinema.
Informações sobre nossas produções podem ser
encontradas em nosso blog (www.paje-filmes.blogspot.com) ou
em nosso perfil no Facebook (basta buscar por “Pajé Filmes”), ou também em nossa
página no youtube (também basta buscar por “Pajé Filmes”).
Para quem quer conhecer os filmes, além da Mostra Pajé de Filmes Indígenas, quem quiser ter nossos DVDs pode entrar em contato pelo email da Pajé (pajefilmes@gmail.com) e solicitar nosso catálogo.
mais informações: blog: www.paje-filmes.blogspot.com
fone: 31 2526-5880
pajefilmes@gmail.com
por equipe: www.cinemaartes.blogspot.com
Para quem quer conhecer os filmes, além da Mostra Pajé de Filmes Indígenas, quem quiser ter nossos DVDs pode entrar em contato pelo email da Pajé (pajefilmes@gmail.com) e solicitar nosso catálogo.
mais informações: blog: www.paje-filmes.blogspot.com
fone: 31 2526-5880
pajefilmes@gmail.com
por equipe: www.cinemaartes.blogspot.com
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