A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, se reuniu hoje, no Escritório Central da ANCINE no Rio de Janeiro, com representantes do setor audiovisual e da sociedade civil que integram o Conselho Superior do Cinema. Ao lado do diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, e da titular da Secretaria do Audiovisual do MinC, Ana Paula Santana, a ministra reuniu informações sobre o atual cenário do audiovisual brasileiro e os desafios que se apresentam para o pleno desenvolvimento da indústria.
“Estou aqui hoje para escutar. Espero ouvir demandas, entender quais são os gargalos que ainda existem na atividade audiovisual e que devem ser trabalhados na nossa gestão, inclusive em parceria com outros ministérios. Essa é uma diretriz dada pela Presidenta Dilma, de trabalhar afinados com outros ministérios para que as questões sejam enfrentadas em sua totalidade”, afirmou a ministra na abertura do encontro.
Os conselheiros deram boas-vindas à ministra e foram unânimes ao afirmar que o audiovisual nacional atravessa um momento histórico, com excelentes resultados de público e bilheteria, mas ressaltaram que ainda há etapas a serem vencidas. As principais demandas dizem respeito à modernização dos mecanismos de fomento e à continuidade de políticas públicas que contribuam para a ocupação permanente do mercado, especialmente aquelas que visem fortalecer as empresas produtoras, distribuidoras e exibidoras brasileiras.
“Falta pouco para o audiovisual brasileiro florescer plenamente e demonstrar toda a sua capacidade”, observou a produtora Mariza Leão. Representante dos distribuidores, Bruno Wainer afirmou: “Temos crescido, graças a tudo que foi criado até aqui. Nunca vi um momento tão rico como esse. Agora precisamos pensar em maneiras de ocupar espaço permanentemente”.
Para Gonzaga de Luca, representante dos exibidores, o audiovisual brasileiro “não pode perder o bonde” do desenvolvimento do País. Ele indicou a necessidade de aprovação das medidas de incentivo fiscal ao setor de exibição previstas no Programa Cinema Perto de Você. “O Brasil vive um momento de efervescência em diversas áreas, graças ao aumento do poder aquisitivo da população, do aumento do número de empregos. Vemos empresas de ramos distintos fazendo grandes investimentos em localidades que até há pouco tempo ninguém pensava ir. Precisamos correr para que o nosso setor também seja beneficiado”.
O diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, apresentou números que comprovam o crescimento do setor nos últimos dez anos, a partir do momento em que, segundo Rangel, o Estado retomou o papel de indutor de desenvolvimento da atividade. “Em 2001, foram investidos R$ 89 milhões. No ano passado, o montante chegou a R$ 260 milhões, sendo que esses valores se referem apenas aos recursos administrados pela ANCINE. As condições foram criadas, há empreendedores atuando em todos os elos da cadeia produtiva do audiovisual, mas ainda precisamos de distribuidores, exibidores e produtores interessados em encontrar maneiras de ampliar a presença do produto nacional nas diferentes janelas”.
Em seguida, Rangel lembrou que a pauta dos assuntos estratégicos aprovadas pela nova composição do Conselho inclui a discussão das diretrizes regulatórias e de fomento à produção independente de televisão previstas PLC 116 (antigo PL 29), atualmente em tramitação no Senado: “O PLC 116 vai criar ainda mais demanda por conteúdo nacional. É muito importante discutir o tema e formular políticas que ajudem as empresas produtoras a se preparar para esta nova realidade”.
Também estiveram presentes à reunião os conselheiros Rosemberg Cariry, Tetê Moraes, João Daniel Tikhomiroff, Roberto Moreira, Indira Amaral, Rodrigo Saturnino, Wilson Feitosa, Alain Fresnot, Ana Luiza Azevedo, João Saad Jafet e Carlos Eduardo de Alkimim.
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