quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul




Um total de 47 filmes, incluindo títulos inéditos no país, estão na programação da 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que inicia-se a partir de 10 de outubro e chega este ano, além de Brasília, às 26 capitais brasileiras , sempre com entrada franca e acessibilidade a deficientes físicos.
Entre as pré-estreias , o evento exibe três longas brasileiros dirigidos pelas premiadas cineastas Eliane Caffé, Mara Mourão e Érika Bauer.
“Quem Se Importa”, de Mara Mourão (de “Doutores da Alegria”, 2005) focaliza o empreendedorismo social através de entrevistas com 19 entre os maiores nomes do setor, incluindo o Prêmio Nobel da Paz, o bengali Muhammad Yunus; o norte-americano Bill Drayton, fundador da Ashoka, um entidade que prospecta empreendedores sociais ao redor do mundo; e o infectologista brasileiro Eugênio Scannavino Netto, que reduziu a mortalidade infantil de Santarém ao mesmo padrão de São Paulo e foi eleito pela mídia internacional como um dos 21 pioneiros do século 21.
Diretora dos longas “Kenoma” (1998), “Narradores de Javé” (2003) e “O Sol do Meio-Dia” (2009), Eliane Caffé focaliza em “Céu Sem Eternidade” as lutas e expectativas que envolvem a rede dos quilombos de Alcântara, no Maranhão. Trata-se de um trabalho de investigação coletivo realizado com a participação de estudantes e moradores locais durante o período de maio a agosto de 2010.
Erika Bauer, diretora de “Dom Hélder – O Santo Rebelde” (2006), apresenta em “E A Terra Se Fez Verbo” a região da Prelazia de São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, e sua história de luta e resistência contra todo tipo de opressão. Seu principal personagem, Dom Pedro Casaldáliga, é retratado a partir dos depoimentos e histórias contadas por posseiros, índios e peões que atuaram e atuam em defesa de sua permanência na terra.
A programação destaca ainda a impactante produção argentina “Confissões”, de Gualberto Ferrari, na qual um ex-agente secreto do batalhão 601 de inteligência do exército argentino durante a ditadura militar (1976–1983) se confessa arrependido. Ao mesmo tempo, um jornalista e escritor, militante estudantil de uma famosa organização guerrilheira, revela sua amizade com o ex-agente, em uma paradoxal ironia do destino.
Filme de animação de temática rara para o gênero, o colombiano “Pequenas Vozes”, de Oscar Andrade e Jairo Eduardo Carrillo, inédito no Brasil, teve estréia mundial no prestigioso Festival de Veneza. Através de desenhos e depoimentos, a obra mostra a pungente visão de crianças deslocadas de suas moradias e terras devido ao conflito armado em seu país.
Já no boliviano “Bala Perdida”, o diretor Mauricio Durán Blacut parte de uma experiência traumática: a morte de seu irmão, enquanto servia nas forças armadas. 28 anos depois, o cineasta parte em uma viagem buscando respostas.
Em todas as cidades acontecem sessões com audiodescrição e closed caption, o que garante acesso a deficientes visuais e auditivos.
A programação da 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul traz ainda obras clássicas, como “Bicho de Sete Cabeças” (Laís Bodanzky, 2001), uma denúncia contra os abusos de hospitais psiquiátricos protagonizada por Rodrigo Santoro; “Central do Brasil” (Walter Salles, 1998), obra premiada no Festival de Berlim e estrelada por Fernanda Montenegro; “Chuvas de Verão” (Carlos Diegues, 1977), cuja cena de amor entre os personagens de Jofre Soares e Míriam Pires foi considerada revolucionária por mostrar o nu, o amor e o sexo na terceira idade; e o primeiro filme cubano indicado ao Oscar® de melhor filme estrangeiro, “Morango e Chocolate” (1994), no qual os diretores Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío abordam, com talento e sensibilidade, temas como tolerância e discriminação.
A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é exibida em Brasília e em todas as 26 capitais estaduais do país: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória estão entre as cidades brasileiras. No total, estão presentes nesta sexta edição do evento obras dos seguintes países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores, Sociedade Amigos da Cinemateca e do Sesc São Paulo. A curadoria é do cineasta Cesar Filho.
Mais informações podem ser acessadas através do site.

Fonte: Canal Brasil

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